Tudo o que você precisa saber sobre Safáris na África com crianças
Acordar no meio da noite com o som do hipopótamo, dar de cara com zebras na porta do quarto, parar o jipe para dar passagem a uma manada de elefantes, observar baleias gigantes de pertinho. A lista dos momentos inesquecíveis na África do Sul com nossas filhas - crianças de 8 e 10 anos - não para aí. Soma-se à experiência “animal”, visitas a marcos como o Cabo da Boa Esperança, contato com uma nova cultura e muitas lembranças para levar pela vida.
Nosso roteiro começou pela Reserva de Gondwana (100 km da cidade de George, em Western Cape) onde fizemos safáris, curtimos o excelente hotel e a paisagem especial da região (a vegetação local, Fynbos, tem uma diversidade maior de plantas que a Floresta Amazônica). Seguimos para Hermanus, onde fizemos um passeio de barco para observação de baleias (principal atrativo da cidade no inverno), andamos pelo calçadão que rodeia a costa e passeamos na vila central desta encantadora cidade - gostaríamos de ter passado mais tempo por lá!

Ainda na região de Western Cape, seguimos para a moderna Cidade do Cabo, com muita natureza, vistas do oceano de tirar o fôlego e inúmeras atrações interessantes. Destaco a colônia de Pinguins em Boulders Beach, o Cabo da Boa Esperança e o V&A Waterfront – uma área no porto que concentra restaurantes e lojas. Nos surpreendemos também com o World of Birds, que tem como ponto alto a interação com macacos, um super programa para as crianças. Faltou tempo para visitar o bem recomendado Jardim Botânico.

Passamos os últimos dias dedicados aos safáris no Kruger, a maior reserva de animais na África e um dos maiores santuários da fauna selvagem do mundo, com 42 espécies de mamíferos, cerca de 350 tipos de aves e os famosos Big 5 - leão, leopardo, elefante, búfalo e rinoceronte. São 350 km de norte a sul e de 60 km de leste a oeste divididos entre o Parque Nacional e uma área de cerca de 150 mil hectares de reservas privadas, onde ficam os lodges (hotéis) mais luxuosos e conhecidos da região. Não há “cercas” entre estes espaços, e os animais transitam livremente entre eles. O acesso às reservas privadas são exclusivos para os hóspedes do lodge do local, que oferecem todas as refeições, passeios, mordomias e conforto. As principais reservas privadas da área são: Sabi Sands, Timbavati, Manyeleti, Balule, Kapama e Thornybush.
Para os viajantes que preferem gastar menos, há hospedagens mais simples e acessíveis perto ou até dentro do Parque Nacional (algumas tem acesso e oferecem safáris privados em reservas privadas vizinhas). Os safáris nas reservas fechadas duram em média de 3 horas, duas vezes ao dia (manhã cedinho e final do dia) em veículos com guias do hotel, que tem liberdade para sair da estrada principal atrás de algum animal. No Parque Nacional é possível dirigir por conta própria ou contratar um guia, mas o trajeto é limitado às estradas e dura o dia inteiro, sempre com outros veículos por perto, com horários de entrada e saída fixos . Entre as duas experiências com crianças, preferimos os safáris nas reservas privadas por serem menos cansativos e onde conseguimos ver os mesmos animais que no Parque Nacional. Na região também uma visitamos o Centro de reabilitação animal Mohololo , onde mexemos em um guepardo e aprendemos muito sobre preservação animal.
Durante a viagem cruzamos com pessoas simpáticas e sorridentes nas ruas, restaurantes, taxis e hotéis. Levar as crianças para a África do Sul significa sair do comum, estimular sua curiosidade, entender e reforçar o respeito a natureza. É um destino certeiro para ver pequenos olhos brilhando a cada segundo. Sem monitoria, eletrônicos e compras. Considere com muito carinho este destino para sua próxima viagem em família!
Algumas dicas importantes:
- É uma viagem puxada para crianças pequenas: longos vôos, deslocamentos internos bastante distantes, passeios que começam as 5h da manhã e duram o dia todo, bastante fuso horário. Recomendo para crianças maiores de 8 anos;
- Intercale dias tranquilos com dias intensos, é importante não esgotar a energia das crianças e deixar espaços livres na agenda;
- Vá além dos safáris: inclua no roteiro a Cidade do Cabo, a Garden Route (e suas reservas naturais com um ecossistema diferente do Kruger), Hermanus e, se ainda sobrar tempo, curta a s vinícolas e praias – tudo em Western Cape;
- Inclua safáris em diferentes regiões, mas se tiver que optar, fique com o Kruger onde a observação de animais é mais rica e o ambiente mais selvagem, como se os turistas estivessem entrando na casa deles (em Western Cape muitas espécies ainda estão sendo reintroduzidas, as reservas são menores e controladas, mas já oferece uma experiência legal de safári com uma bela paisagem e a vantagem de ser uma zona livre de malária)
- Se decidir contratar uma agência, opte por uma local, como a Safari 365, que tem representante no Brasil;
- Para o roteiro que seguimos, 14 noites é o ideal para conhecer muitas coisas sem pressa. Reserve no mínimo 3 dias para o Kruger, tempo ideal para curtir sem correria e aumentar as chances para ver os “big five”, guepardos, girafas, hienas, búfalos, antílopes e crocodilos;
- No inverno, a vegetação rala e a concentração de bichos próximos a fontes de águas favorece a visibilidade de animais e é possível observar baleias (apenas entre julho e novembro). Faz frio nos safaris no início da manhã e final do dia, mas nada que incomode muito (vista-se em camadas e carregue gorros e cachecóis para se proteger do forte vento nos safaris). No verão (dez a mar) as paisagens estão mais verdes e bonitas porém faz muito calor e há predominância de insetos. A decisão de ir no inverno foi acertada!
- Toda a extensão do Kruger é considerada área endêmica de malária, mas o risco de ser infectado é baixo, principalmente no inverno e na região sul do parque onde concentram-se a maioria dos lodges. Consulte as orientações da ANVISA antes de ir;
- As hospedagens e atividades na região do Kruger são os custos mais pesados da viagem. Para uma família de 2 adultos e 2 crianças, em bons hotéis sem luxo, considere uma média de U$1000/dia na região. Para Western Cape/Cidade do Cabo considere $400/dia. Valor estimado para hospedagem, passeios, guias e ingressos.
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(viagem realizada em 2019)