10 Recomendações para proteger o bem-estar emocional das crianças durante a pandemia
As dicas, propostas pela profissional Jessica Dym Bartlett, foram traduzidas da organização norte-americana “Child Trends” e propõem 10 medidas para pais e cuidadores darem suporte às crianças durante a pandemia da COVID-19.
Entenda que as reações à pandemia variam
As respostas das crianças a eventos estressantes são únicas e variadas. Algumas crianças podem ser irritáveis ou pegajosas, outras podem regredir, exigir atenção extra ou ter dificuldade para dormir e comer. Comportamentos novos e desafiadores são respostas naturais, e os adultos podem ajudar mostrando empatia, paciência e estabelecendo limites quando necessário.
Garanta a presença de um cuidador sensível e atento
O principal fator de recuperação de um evento traumático é a presença de um adulto solidário e atencioso na vida de uma criança. Mesmo quando um pai não está disponível, as crianças podem se beneficiar muito dos cuidados consistentes e sensíveis de outros adultos (por exemplo, pais adotivos, parentes, amigos) para apoiá-los e protegê-los dos efeitos nocivos de uma pandemia.
O distanciamento social não deve significar isolamento social
As crianças, especialmente as pequenas, precisam de um tempo de qualidade com pessoas importantes em suas vidas. A conexão social a forma como as crianças enfrentam as adversidades. Abordagens criativas para se manter conectado são importantes (por exemplo, escrever cartas, chats de vídeo online).
Forneça informações apropriadas para a idade
As crianças tendem a confiar em sua imaginação quando não têm informações adequadas. Reter informações é geralmente mais estressantes para as crianças do que dizer a verdade de maneiras apropriadas à idade. Os adultos devem estar abertos para ouvir as perguntas preocupações das crianças. Podem, por exemplo, oferecer oportunidades para as crianças acessarem livros, sites e outras atividades no COVID-19 que apresentem informações de maneiras amigáveis para crianças. Além disso, os adultos devem limitar a exposição das crianças à cobertura da mídia, mídias sociais e conversas sobre a pandemia por canais adultos e menos apropriados para a idade. O acesso contínuo e sem filtro a notícias e mídias sociais sobre as ameaças da pandemia pode causar estresse desnecessário para as crianças.
Crie um ambiente que proporcione tranquilidade, rotina e apoio para regular as emoções
Em primeiro lugar, os adultos devem tranquilizar as crianças sobre sua segurança e a segurança dos entes queridos, e dizer-lhes que é trabalho dos adultos garantir sua segurança. Em segundo lugar, os adultos devem manter rotinas para proporcionar às crianças uma sensação de segurança e previsibilidade (por exemplo, horários regulares de dormir e refeições, horários diários para aprender e brincar). E terceiro, os adultos devem ajudar as crianças a lidarem com as emoções como estresse, validando seus sentimentos (por exemplo, “Eu sei que isso pode parecer assustador ou avassalador”) e incentivando atividades que os ajudam a se auto-regular (por exemplo, exercícios, respiração profunda, atividades de atenção plena ou meditação, rotinas regulares para dormir e comer). Além disso, é essencial que o bem-estar emocional e físico das crianças garanta que as famílias possam atender às suas necessidades básicas (por exemplo, comida, abrigo, roupas).
Mantenha as crianças ocupadas
Quando as crianças estão entediadas, seus níveis de preocupação e comportamentos disruptivos podem aumentar. Os adultos podem oferecer opções para atividades seguras (por exemplo, brincadeiras externas, blocos, argila de modelagem, arte, música, jogos) e envolver crianças no brainstorming de outras ideias criativas. As crianças precisam de tempo suficiente para se envolver em brincadeiras e experiências sem se preocupar ou falar sobre a pandemia.
Aumente a sensação de autonomia auto-controle nas crianças
Manter uma certa autonomia e sensação de auto-controle é especialmente importante em tempos de medo e incertezas. Elas podem se sentir dessa forma desempenhando um papel ativo em ajudar a si mesmas, suas famílias e comunidades. Elas podem, por exemplo, seguir as diretrizes de segurança (lavando as mãos), ajudar a preparar a casa para o confinamento domiciliar (auxiliando na cozinha e congelando alimentos) ou se voluntariando na comunidade (escrevendo cartas ou criando arte para idosos ou amigos doentes, compartilhando suprimentos extras com um vizinho).
Crie oportunidades para os cuidadores (ou para você mesmo!) cuidarem de si
O bem-estar das crianças depende do bem-estar de seus pais e cuidadores, que devem cuidar de si mesmos para que tenham recursos internos para cuidar dos outros. Para isso, os cuidadores adultos podem se conectar a projetos de apoio social, descansar o suficiente e reservar um para atividades restauradoras (exercício, meditação, leitura, atividades ao ar livre, oração). Buscar ajuda de um profissional de saúde mental também é importante quando os adultos lutam com níveis muito altos de estresse e outros desafios de saúde mental.
Procure ajuda profissional se as crianças apresentarem sinais de trauma que não se resolvem rapidamente
Mudanças emocionais e comportamentais nas crianças são esperadas durante uma pandemia, à medida que todos se adaptam a uma nova sensação de normalidade. Se as crianças apresentarem um padrão contínuo de preocupações emocionais ou comportamentais (por exemplo, pesadelos, foco excessivo em ansiedades, aumento da agressividade, comportamentos regressivos ou automutilação) que não se resolvem com apoio em casa, pode ser necessária ajuda profissional. Muitos profissionais estão atendendo à distância.
Enfatize pontos fortes, esperança e positividade
As crianças precisam se sentir seguras e positivas sobre seu presente e futuro. Os adultos podem ajudar focando a atenção das crianças nas histórias sobre como as pessoas se unem, encontram soluções criativas para problemas difíceis e superam adversidades durante a epidemia. Falar sobre essas histórias pode ser curativo e reconfortante para crianças e adultos.
A organização também disponibilizou um video da profissional, assista:
Confira a matéria original pelo link
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