3 conselhos do mindfulness para as mães não surtarem (demais)
Costumamos usar este espaço para falar de meditação para crianças, mas agora é um momento oportuno para darmos conselhos baseados em práticas de mindfulness para ajudar as mães a não surtarem tanto.
Quem nunca surtou com as crianças? Em tempos de pandemia, parece que a frequência aumentou um pouquinho. Seguem alguns conselhos, após anos de meditação, que tem me ajudado! Espero que ajudem vocês também!
1- Para acalmar as crianças, tranquilize seu próprio sistema nervoso primeiro
Existem coisas que eu gostaria de ter sabido antes. Mas não aquele saber de “ter ouvido falar.” Eu gostaria de ter realmente compreendido seu significado em profundidade e suas consequências. Uma dessas coisas é: na espécie humana, o cérebro e o sistema nervoso estarão completamente desenvolvidos após os 20 anos de idade.
Se eu tivesse, de fato, entendido isso logo que fui mãe, não teria visto os chiliques das crianças como “algo inesperado ou errado”. Afinal de contas, como esperar que consigam regular seus episódios emocionais se não estão prontas as estruturas responsáveis por isso? Um caminho é: tranquilizando o seu próprio sistema nervoso!
Muitas vezes, em meio a estes episódios, direcionamos nossos esforços tentando acalmar as crianças, insistindo que fiquem tranquilas, dizendo que não há necessidade de ficar nervoso(a), não precisa chorar e todo um repertório de frases que visam diminuir esse estresse dos filhos.
A verdade é que os pequenos, por não terem suas próprias estruturas prontas, se regulam através do sistema nervoso dos adultos. Por isso, uma boa ideia é tranquilizar seu próprio sistema nervoso primeiro, que pode também ter sido afetado negativamente pelos gritos e rebeldias infantis. Ao sermos capazes de, mesmo em meio à tormenta, regular nosso próprio sistema nervoso e reencontrar a estabilidade, teremos melhores condições para oferecer uma presença sólida e tranquilizadora para nossos filhos.
Ao fazer isso, estamos dizendo: - Estou aqui por você, sei o que estou fazendo e você está seguro.
Pesquisas mostram que a prática da meditação mindfulness produz mudanças no cérebro que correspondem a uma menor impulsividade e melhor capacidade de se envolver em tarefas mesmo quando as emoções são ativadas. Que tal começar hoje? Experimente este áudio de meditação guiada gratuito.
2 - Dedique ao menos 20% de sua atenção a você mesmo
No dia a dia, grande parte de nossa atenção acaba direcionada para fora: a casa, ao trabalho e aos filhos.
No esforço de tentar dar conta de tudo, é muito comum não nos atentarmos às nossas próprias necessidades. É importante que, ao nos relacionarmos com as crianças e adolescentes, ao menos parte da atenção seja dedicada a nós mesmos. Notar nosso próprio estado emocional é o primeiro passo para que possamos nos autorregular.
Ao estarmos mais conectados com nosso mundo interno, podemos receber as muitas informações que o corpo nos manda o tempo todo: ritmo da respiração, velocidade dos batimentos cardíacos, tensão ou relaxamento dos músculos. Estou calmo ou a ponto de perder a paciência? O que o meu corpo está me dizendo?
Curiosamente, quanto mais conectados estamos internamente, mais somos capazes de nos sintonizar e empatizar com o outro. Uma forma de estar mais em sintonia consigo mesmo é dedicar ao menos 20% de sua atenção a você mesmo.
Para treinar esta habilidade, mantenha contato com seu mundo interno enquanto interage com seus filhos, família ou amigos, perguntando-se: que sensações físicas sinto agora? Que tipo de pensamentos estou tendo? Qual meu estado emocional neste momento?
3 - Desenvolva a empatia nas crianças
É comum estarmos cansados mas, por não querermos parecer frágeis, seguimos em frente, sem dar um tempo, sem fazer uma pausa restaurativa. Não nos cuidamos e, no longo prazo, isso pode nos levar à exaustão. Muitas vezes, não queremos quebrar a imagem que os filhos fazem de que somos super heróis.
Entretanto, é importante que os pequenos entendam que também passamos por dias difíceis, que somos seres humanos e, portanto, também sofremos e ficamos tristes de vez em quando. Ao nos abrirmos, estamos oferecendo às crianças a chance de exercitar a empatia, de olhar para além de si mesmo e de praticar a bondade. E, como afirma o neurocientista Richard Davidson: “A base de um cérebro saudável é a bondade, e podemos treiná-la.”
Quando os filhos entendem que chegamos em nosso limite e são capazes de nos olhar com empatia, temos uma chance que escolham agir com um pouco mais de bondade conosco.
Que tal começar a treinar a empatia com as crianças e adolescentes? Neste e-book gratuito, você vai conhecer práticas baseadas em mindfulness para estimular empatia, compaixão e gratidão em crianças e adolescentes.